Sessão com palestrantes da London School of Economics, BID e Banco Mundial e Policy Center for the New South abordou dificuldades do país em captar aportes e trouxe insights para negociação com fundos internacionais.
A sessão O desafio da universalização do saneamento sob o enfoque dos investimentos: como alavancar recursos para o alcance das metas do novo marco legal, da Brazil Water Week (BWW) – Semana da Água do Brasil 2024, nesta terça-feira, 4 de junho, reuniu grandes nomes do setor em um debate que avaliou a dificuldade do país em angariar aportes para infraestrutura e levantou proposições para tornar os projetos mais atrativos.
Sob moderação de Luis Eduardo Grisotto, coordenador da Câmara Técnica de Recursos Hídricos da ABES-SP, diretor da Cobrape e coordenador do Tema 7 – “Financiamento do setor de saneamento”, os especialistas também abordaram as possibilidades de financiamento e aporte oferecidas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial.
O mais importante evento internacional de discussão água e saneamento realizado no país é promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES).
Otaviano Canuto, Membro Sênior do Policy Center for the New South e Membro Sênior Não Residente da The Brookings Institution, abriu a sessão com dados de um relatório do Banco Mundial que constatou a queda de investimentos do Brasil em infraestrutura para menos de 2,5% do PIB a partir da década de 1990. Canuto enfatizou que a compressão de gastos ocorreu enquanto a despesa pública crescia 2% acima do PIB, confirmando o que chama de “obesidade do setor público brasileiro”.
Após essa análise do ambiente macroeconômico brasileiro, o Professor da London School of Economics (LSE) e da University College London (UCL) Julius Sem explicou que há verba disponível no mercado internacional, mas os riscos da região sulamericana se tornam um problema. Como a situação fiscal no país é justa e a capacidade de garantir segurança é restrita, ele sugeriu que o estado explore garantias, gerando credibilidade ao compromisso político do governo, já que o calote dos anos 1980 ainda é lembrado no mercado financeiro.
Para exemplificar como essa negociação se dá na prática, o especialista setorial da Divisão de Água e Saneamento do BID, Tiago Pena Pereira, contou como a instituição financia o setor de saneamento no Brasil. Baseado na missão do desenvolvimento, o banco foca em projetos de acesso aos serviços, eficiência operacional e qualidade, resiliência climática e ambiental e a segurança hídrica. Pereira citou cases de sucesso, como o Programa de Saneamento mbiental de Manaus, o Programa de Despoluição do Rio Tietê e a Revitalização Ambiental e Urbana de Joinville. Atualmente, US$1,4 bilhão do BID está aportado em 12 programas aprovados.
Em seguida, Christian Borja Veja, economista sênior do Banco Mundial, trouxe outro exemplo de incentivo ao setor. Ao revelar resultados do estudo Água para Prosperidade Compartilhada, ele explicou que o banco está focado em investimentos na região a fim de reduzir o estresse hídrico, cada vez mais comum graças às mudanças climáticas, urbanização, padrões de consumo desenfreados e poluição.
A BWW acontece até sexta (7), de forma 100% online, em plataforma digital exclusiva e interativa. O conteúdo da BWW 2024 ficará disponível online por 90 dias para os inscritos.
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